Empreiteira responsável pela duplicação da Rodovia das Cataratas pede recuperação judicial e divida chega a 165 milhoes de reais.


O pedido, protocolado na Vara Empresarial Regional de Ponta Grossa, detalha uma grave crise financeira enfrentada pelo grupo.

O Grupo Dalba, um dos maiores nomes da construção pesada no Paraná, entrou com pedido de recuperação judicial. O consórcio é responsável por grandes obras como a duplicação da Rodovia das Cataratas em Foz do Iguaçu, a duplicação e restauração em concreto da PRC-466 entre Palmeirinha e Guarapuava, a restauração em concreto e ampliação da capacidade da PRC-466 entre Pitanga e Manoel Ribas, e a duplicação da BR-277, no Contorno Oeste de Cascavel.
Apesar disso, nenhum trecho foi entregue até hoje. Até janeiro de 2025, o avanço físico da obra era de apenas 42,4%, segundo dados oficiais. Os motivos para o atraso incluem problemas de desapropriação, redes de infraestrutura não mapeadas, mudanças de projeto e execução abaixo do previsto.

A lentidão da obra impacta diretamente o turismo, a mobilidade e o comércio local — além de gerar questionamentos sobre a capacidade operacional do consórcio executor.

Empresa alega viabilidade e quer negociar com credores
Na petição, o grupo afirma que sua atividade é plenamente viável e que possui estrutura técnica, reconhecimento e tradição no setor de obras públicas. O objetivo da recuperação judicial é abrir espaço para negociar com credores, evitar bloqueios judiciais e permitir o replanejamento financeiro sem paralisar contratos já em execução.

O grupo também solicita autorização judicial para continuar participando de licitações, mesmo sem apresentar certidões negativas, conforme previsto na Lei 14.112/2020.

Impacto em Foz e futuro da obra na BR-469
O desfecho desse processo terá repercussões diretas nas obras em curso, especialmente na duplicação da Rodovia das Cataratas — considerada essencial para o turismo e a mobilidade em Foz do Iguaçu. Caso a Justiça aceite o pedido, o Grupo Dalba poderá evitar colapsos maiores, reorganizar suas dívidas e seguir operando sob um plano de recuperação.

Mas a dúvida que permanece é inevitável: Será que uma empresa fragilizada financeiramente, atolada em contratos deficitários e com obras paralisadas, conseguirá mesmo concluir um projeto tão estratégico quanto a duplicação da BR-469?

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