Operação Vita Ficta: Polícia bloqueia mansão em Foz do Iguaçu e descobre movimentação de R$ 14 milhões ligada ao tráfico

Operação do Denarc bloqueia casa em condomínio de luxo. Fotos: PC

A Polícia Civil do Paraná deflagrou na manhã desta quarta-feira (30) a Operação Vita Ficta, conduzida pela Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), com foco no combate ao tráfico de drogas e à lavagem de dinheiro em Foz do Iguaçu. A ação resultou na prisão de três homens, com idades entre 32 e 49 anos, além do bloqueio de contas bancárias, veículos e uma residência de luxo avaliada em R$ 3,2 milhões, localizada em um condomínio fechado na região da Vila A.

As investigações revelaram movimentações financeiras superiores a R$ 14 milhões, sem comprovação de origem lícita, o que levou à apreensão de bens e documentos em três endereços, sendo dois no bairro Jardim São Paulo e um no imóvel de alto padrão.

A investigação teve início em maio deste ano, após a apreensão de 807 quilos de maconha escondidos sob carga de farinha de trigo, nas proximidades do Posto Stop, na BR-277, em São Miguel do Iguaçu. A droga foi localizada com apoio do Núcleo de Operações com Cães. Em uma nova apreensão, no dia 12 de junho, outros 8,45 quilos de maconha do tipo capulho foram encontrados em um veículo com placas paraguaias, na BR-277, em Matelândia.

Além das prisões e do bloqueio da mansão, a operação apreendeu quatro veículos, cinco dispositivos eletrônicos (entre celulares e notebooks), documentos e extratos bancários que reforçam a atuação do grupo em atividades ilícitas.

Segundo o delegado Rodrigo Colombelli, responsável pela operação, o grupo atuava com estrutura semelhante à empresarial, tentando mascarar os lucros do tráfico. “Identificamos uma movimentação superior a R$ 14 milhões, sem qualquer lastro legal. Isso demonstra que o grupo agia com estrutura empresarial e buscava dar aparência de legalidade ao dinheiro do tráfico”, afirmou.

A Operação Vita Ficta — expressão em latim que significa “vida fictícia” — faz referência ao estilo de vida ostentado pelos investigados, que ocultavam os ganhos do tráfico por meio de negócios de fachada e bens de luxo.

As apurações contaram com quebras de sigilos fiscal, bancário e telefônico, além da análise de relatórios financeiros. A Polícia Civil aponta que os suspeitos utilizavam rotas estratégicas na fronteira para burlar a fiscalização nas rodovias.

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