“Fila da dor”: mais de 128 mil pessoas esperam por consultas, exames e cirurgias em Foz do Iguaçu

Foz do Iguaçu amarga uma estatística dolorosa: 128 mil pessoas aguardam na fila do SUS por consultas, exames ou cirurgias. Um número que assusta e, pior, que sangra em silêncio todos os dias nos corredores dos postos de saúde, nas madrugadas em frente às UPAs e nos lares onde a dor virou rotina.

Não se trata de números frios. São vidas em espera. São mães com nódulos não investigados, idosos com catarata sem enxergar os netos, crianças com dores sem diagnóstico, trabalhadores com hérnias esperando meses por uma cirurgia que deveria ser simples, mas que pode se tornar fatal.

Enquanto isso, a estrutura da saúde pública segue sobrecarregada, e a gestão municipal parece anestesiada diante do sofrimento do povo. Cadê os mutirões prometidos? Cadê o investimento real em prevenção e diagnóstico? Quantos ainda vão piorar, ou até morrer, antes de serem chamados?

A fila do SUS em Foz é mais do que um problema administrativo. É a fila da negligência. A fila do descaso. A fila da dor. E como toda dor ignorada, ela vai se transformando em revolta.

Porque quando o povo sofre calado, quem governa dorme em paz. Mas quando o povo começa a falar e a cobrar, não há discurso que sustente o silêncio da omissão.

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