“Capivara observa, contribuinte paga” “Natal das Cataratas: brilho curto, custo longo”

Foto Divulgação

O Observatório Social de Foz do Iguaçu divulgou um levantamento sobre os custos das peças decorativas que compõem o Natal das Cataratas deste ano. Os enfeites, locados para ornamentar a cidade entre os dias 15 de dezembro e 7 de janeiro, serão retirados pela empresa Bambusa Arquitetura Ltda., de Maringá. As estruturas, confeccionadas em bambu, foram alugadas por aproximadamente 22 dias, ao custo total superior a R$ 2,4 milhões.

De acordo com o contrato, os itens de maior valor incluem um pinheiro de seis metros, alugado por R$ 75 mil; dez anjos, por R$ 150 mil; uma réplica do avião 14 Bis, por R$ 142 mil; uma caixa de presentes de 4,5 metros, por R$ 98 mil; e duas borboletas, ao custo de R$ 72 mil.

A contratação foi realizada sem licitação, mesmo diante de parecer contrário da Procuradoria Jurídica e da proximidade da data de início das festividades. O alto valor do contrato, aliado à quantidade e à simplicidade das peças instaladas, chamou a atenção da população e gerou críticas nas redes sociais. A abertura da programação natalina, realizada antes da conclusão da instalação da decoração e marcada por falhas técnicas, resultou na exoneração imediata do então diretor-presidente da Fundação Cultural, Dalmont Benites.

Até o momento, a Prefeitura de Foz do Iguaçu não se manifestou oficialmente sobre o caso. Procurado pela reportagem, Dalmont Benites afirmou, em nota, que uma comissão formada por representantes de diversas secretarias, incluindo Turismo e Fundação Cultural, foi responsável por definir a temática do Natal. Segundo ele, após a solicitação de orçamentos junto a empresas convencionais e artísticas, constatou-se que os valores eram semelhantes ou até superiores aos apresentados pela empresa contratada. Benites justificou ainda que, por se tratarem de peças artesanais, feitas à mão, com materiais sustentáveis, saberes indígenas e referências à fauna, flora e ícones históricos, a contratação ocorreu por inexigibilidade de licitação, decisão que, segundo ele, foi tomada pela comissão técnica.

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