Em Curitiba, Ciro Nogueira confirma que PP não homologará Sergio Moro ao governo do Paraná

Luiz Henrique de Oliveira e Geovane Barreiro – Foto Divulgação

O presidente nacional do Progressistas (PP), Ciro Nogueira, confirmou, nesta segunda-feira (8), em Curitiba, que a federação União Brasil–PP não homologará a candidatura de Sergio Moro ao governo do Paraná. A decisão encerra meses de impasse interno e abre caminho para que o grupo se alinhe ao projeto de um candidato apoiado pelo governador Ratinho Júnior (PSD). Segundo Nogueira, o movimento foi definido pela falta de consenso interno e pela perda de quadros no estado após o lançamento da pré-candidatura do ex-juiz.

“Não vamos homologar o nome de Sérgio Moro. Participei da deliberação com nossa presidente Maria Victoria e o líder Ricardo Barros. O Paraná é o estado mais importante para mim, mas é o único em que ainda havia essa discussão”, afirmou Ciro, após reunião com líderes do partido.

Nogueira destacou que terá uma reunião com Moro e o deputado federal Ricardo Barros para formalizar a decisão, que, segundo ele, busca preservar os interesses da federação. “Acho difícil a federação não acontecer por isso, mas até a homologação tudo pode ocorrer. É preciso colocar os interesses nacionais acima de qualquer coisa”, disse.

Apesar de evitar anunciar oficialmente apoio ao candidato de Ratinho Júnior, ele sinalizou que essa é a direção natural. “Não é uma decisão que me cabe. Estou aqui para o partido crescer. Costumo dizer que o Ricardo comanda comigo a nível nacional, imagine no Paraná.”

O dirigente também avaliou que faltou habilidade política a Moro para construir apoio interno. “Até pelo perfil do senador, que lidera pesquisas, ele teria condições de avançar. Mas jamais ficarei contra a decisão do diretório do Paraná. Faltou habilidade no diálogo.”

Líder do PP no estado, o deputado Ricardo Barros reafirmou que a candidatura de Moro não se sustenta dentro da federação. “Havia expectativa de entendimento ao longo de sete meses, mas não houve consenso. Queremos eleger nossa bancada e precisamos de definição. Com a saída de Sérgio Moro, lideranças importantes voltaram a nos procurar.”

Barros avaliou que a sigla permanece aberta a composições, inclusive com o governador Ratinho Júnior. “Podemos apoiar. Já somos base do governo. Mas precisamos das chapas definidas até abril. Se não começarmos logo, não teremos sucesso.”

Ele reforçou que Moro teve todas as chances de demonstrar viabilidade interna. “Ele conversou com todos e a presidência abriu espaço, mas o diálogo não prosperou. Penso que Moro será candidato de qualquer forma, mas terá de buscar outro partido.”

A deputada federal Maria Victoria, presidente do PP-PR), também confirmou que o diálogo com Moro não evoluiu. “Conversei bastante com ele, coloquei as posições do partido, mas essa parceria não se consolidou.”

Ela afirmou que o PP trabalha com nomes próprios ou aliados para a disputa: “Podemos ter candidatura própria — Cida Borghetti, Rafael Greca, Alexandre Curi, Guto Silva — ou o candidato do governador Ratinho. A decisão será democrática”, concluiu.

Com a retirada oficial do apoio a Moro, o PP e o União Brasil avançam para consolidar a federação e reorganizar suas chapas. A tendência é de formação de uma ampla aliança em torno do candidato escolhido por Ratinho Júnior.

Agora Sergio Moro, isolado dentro da federação, deve buscar outra legenda para manter sua intenção de disputar o governo do Paraná.












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