Empresário rompe com governo americano por discordar de decisão ambiental considerada retrocesso global
O empresário Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, anunciou nesta quinta-feira (1º) sua saída do conselho consultivo empresarial do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A decisão ocorreu um dia após o mandatário norte-americano anunciar a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris, pacto climático global assinado por quase 200 países.
Musk, que já havia sinalizado sua insatisfação com o possível rompimento do acordo, afirmou em sua conta no Twitter: “Deixar o Acordo de Paris não é bom nem para os Estados Unidos nem para o mundo.”
A saída de Musk simboliza um racha entre o governo e importantes líderes empresariais que vinham tentando influenciar políticas públicas em áreas estratégicas como energia, meio ambiente e inovação. Para o empresário, cuja trajetória está diretamente ligada ao desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, o abandono do tratado representa um retrocesso ambiental e econômico.
A decisão do presidente Trump de deixar o Acordo de Paris foi justificada pelo governo como uma medida de proteção à economia americana, alegando que os compromissos firmados prejudicariam a indústria e os empregos nos Estados Unidos. A saída, no entanto, foi amplamente criticada por governos estrangeiros, organizações ambientais e parte significativa do setor empresarial americano.
O Acordo de Paris foi firmado em 2015 e tem como objetivo limitar o aumento da temperatura global a menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais. A medida de Trump isola os EUA de um esforço conjunto internacional para conter o aquecimento global e reduzir emissões de gases de efeito estufa.
Com a saída de Musk do conselho, cresce a pressão sobre outras lideranças do setor privado que ainda mantêm laços com o governo. A ruptura também fortalece o discurso de que empresas comprometidas com a inovação e a sustentabilidade não devem compactuar com decisões políticas que contrariem a ciência e o interesse coletivo.