O Laboratório de Cannabis Medicinal e Ciências Psicodélicas (LCP) da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) está com inscrições abertas para um estudo clínico inédito no Brasil sobre o uso da cannabis medicinal no tratamento da fibromialgia.
A pesquisa será realizada em parceria com a Santa Cannabis, associação referência nacional no atendimento a pacientes que utilizam derivados da planta para fins terapêuticos.
O estudo
Batizado de Fridinha, o projeto terá início ainda este ano e vai acompanhar 36 mulheres diagnosticadas com fibromialgia, durante seis meses, nas cidades de Foz do Iguaçu e Cascavel.
Segundo o coordenador, professor Ney Nascimento, o objetivo é “avaliar como o uso equilibrado de CBD e THC pode ajudar no controle da dor e na melhoria da qualidade de vida, além de observar indicadores como depressão, sono e bem-estar geral”.
As participantes passarão por consultas mensais, responderão a questionários clínicos e realizarão exames laboratoriais antes e após a intervenção. O tratamento será feito com óleo full spectrum, fornecido gratuitamente pela Santa Cannabis.
A doença invisível
A fibromialgia atinge cerca de 7% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo a terceira doença reumatológica mais comum. O perfil mais afetado é de mulheres entre 50 e 60 anos, muitas delas afastadas do trabalho poucos anos após o diagnóstico.
“O índice de suicídio entre essas pacientes pode ser até dez vezes maior que o da população saudável. Além disso, os custos com consultas, exames e medicamentos chegam a ser 300% superiores. Por isso, pesquisas como esta da UNILA são fundamentais para garantir saúde e dignidade”, ressalta Maria Eduarda Carraro, estudante de Medicina e autora do projeto.
Apoio da Santa Cannabis
Para o presidente da associação, Pedro Sabaciauskis, a iniciativa é um marco:
“Acreditamos na ciência como ferramenta de transformação. Apoiar esse estudo é um dever ético com as milhares de pessoas que dependem da cannabis medicinal para viver com dignidade, além de mostrar que é possível produzir com qualidade e segurança no Brasil.”
Como participar
Podem se inscrever mulheres entre 18 e 60 anos, com diagnóstico confirmado de fibromialgia e disponibilidade para consultas mensais em Foz do Iguaçu ou Cascavel. Não haverá custos com consultas, exames ou medicamentos.
As inscrições já estão abertas e podem ser feitas pelo link